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Mediunidade

O QUE É MEDIUNIDADE?

Médium é uma palavra neutra (serve para os 2 gêneros), de origem latina, quer dizer medianeiro, que está no meio. De fato o médium serve de intermediário entre o mundo físico e o espiritual, podendo ser o intérprete ou instrumento para o espirito desencarnado.
 
Mediunidade é uma faculdade que permite sentir e transmitir a influência dos Espírtos, ensejando o intercâmbio, a comunicação, entre o mundo físico e o espiritual. Sendo uma faculdade, é capacidade que pode ou não ser usada. Sendo natural, manifesta-se espontaneamente, mas pode ser exercitada ou desenvolvida. Sua eclosão não depende de lugar, idade, sexo, condição social ou filiação religiosa.
 
Falar de desenvolvimento das faculdades psíquicas ou da mediunidade é muito comum nos dias de hoje. Mas poucas pessoas se entregam a essas práticas com consciência do que fazem. Nas experiências colhidas no centro espírita, são frequentes os casos de desequilíbrios e obsessões provocadas pelo exercício indevido da mediunidade. Geralmente, são situações em que as pessoas se colocaram sob a orientação de dirigentes sem estudo, pais -de-santo, videntes parapsicólogos. Como não tiveram um preparo mais aprofundado sobre a questão mediúnica acabaram por se envolver com Espíritos embusteiros, habitantes do mundo invisível, que passaram a perturbá-las com suas influências perniciosas.
 
Atualmente na sociedade, existe uma febre intensa pela busca do transcendente. Sufocadas pelo materialismo, as pessoas saem em busca de algo que dê sentido às suas vidas e o Espiritualismo é a via escolhida. Procuram ajuda nos centros espíritas, terreiros, nas igrejas pentecostais, nos movimentos carismáticos, nos anjos, nos extraterrenos, nas pirâmides, cristais etc. Porém, poucos estão dispostos a aprender com a verdadeira ciência do Espirito: o Espiritismo, codificado por Allan Kardec.
 
Normalmente se diz que a mediunidade é um outro sentido do ser humano e que no homem do Terceiro Milênio ela será tão natural quanto os sentidos físicos atuais.
 
 Por conta disso, as pessoas acreditam que se dedicando ao desenvolvimento das faculdades mediúnicas, estão no caminho da evolução, do serviço no Bem, quando na verdade poderão estar trazendo para si mesmas graves problemas psicológicos e emocionais.
 
Examinando certos aspectos de O Livro dos Espíritos, tem-se uma visão um pouco diferente da definição habitual que se dá à mediunidade, esta sensibilidade comum a todos os seres animados.
 
Vê-se com clareza, que ela é um mecanismo que impulsiona a experiência evolutiva dos que habitam a matéria, e que pode, em certos casos, ser usada como uma ponte entre os dois planos da Vida, constituindo-se, então, na mediunidade Segundo Kardec.
 

MÉDIUM

Médium é a qualidade daquele que possui uma faculdade que permite a comunicação entre homens e espíritos desencarnados (mortos). Dentro dessa concepção, ela se manifestaria de forma mais ou menos ostensiva em todos os indivíduos. Porém, usualmente apenas aqueles que a apresentassem num grau mais perceptível seriam chamados médiuns.

 
Quem são os médiuns?
 
      Muitas pessoas pensam que todos são médiuns e isso não é verdade. Basta analisar algumas importantes citações de Allan Kardec, para entender que todos possuem mediunidade natural, mas que nem todos são médiuns, segundo a definição que ele dava a esses indivíduos. Vejamos:
 
    “A mediunidade é uma faculdade multiforme: apresenta uma infinidade de nuanças em seus meios e em seus efeitos. Quem quer que seja apto a receber ou transmitir as comunicações dos Espíritos é, por isso mesmo, um médium, seja qual for o meio empregado ou o grau de desenvolvimento da faculdade – desde simples influência oculta até a produção dos mais insólitos fenômenos. Contudo, no uso corrente, o vocábulo tem uma acepção mais restrita e geralmente se diz médium as pessoas dotadas de um poder mediatriz muito grande, tanto para produzir efeitos físicos como para transmitir o pensamento dos Espíritos pela escrita ou pela palavra. Embora não seja a faculdade um privilégio exclusivo, é certo que encontra refratários, pelo menos no sentido que se lhe dá. Também é certo que não deixa de apresentar escolhos aos que a possuem: pode ser alterada e até perder-se e, muitas vezes, ser uma fonte de graves desilusões”- (Allan Kardec, no artigo Escolha dos Médiuns, publicado na Revista Espírita, número de fevereiro de 1859).
 
“Como intérpretes das comunicações espíritas, os médiuns têm um papel de extrema importância e nunca seria demasiada a atenção dada ao estudo de todas as causas que os podem influenciar; e isto não só em seu próprio interesse, como também no daqueles que, não sendo médiuns, deles se servem como intermediários. Poderão assim julgar o grau de confiança que merecem as comunicações por eles recebidas”. 
 
“Todos, já o dissemos, são mais ou menos médiuns. Mas, convencionou-se dar este nome aos que apresentam manifestações patentes e, por assim dizer, facultativas. Ora, entre estes, as aptidões são muito diversas: pode-se dizer que cada um tem sua especialidade”. 
 
“Ao primeiro exame, duas categorias se desenham muito nitidamente: os médiuns de efeitos físicos e os médiuns de efeitos inteligentes” – (Allan Kardec, no seu Estudo sobre os médiuns, publicado na Revista Espírita, número de março de 1859).
 
Segundo o texto kardequiano, conclui-se que uma pessoa pode ter mediunidade e, no entanto, não ser médium, pelo menos no sentido de servir de intermediária entre os homens e os Espíritos. 
O Codificador considerava médiuns somente as criaturas dotadas de faculdades capazes de produzir fenômenos físicos ou inteligentes intensos. Todo seu trabalho em O Livro dos Médiuns tinha como finalidade orientar o desenvolvimento seguro desses médiuns, sob um critério científico e racional. 
 
É desaconselhável aos adeptos do Espiritismo e pessoas interessadas nos mistérios do invisível, que se ponham em contato com Espíritos, ou qualquer outra denominação que se lhes dê, sem que conheçam as teorias deste manual técnico e prático de Espiritismo. 
 
Os Espíritos participam de todos os fenômenos do mundo invisível. Estão presentes nos centros espíritas, nos terreiros, nas igrejas, nos cultos; junto aos videntes, cartomantes, babalaôs etc. Nunca é demais se prevenir contra os embustes que Espíritos mistificadores podem armar para aqueles que se envolvem com eles sem o saber.
 
A prática mediúnica.
 
      O Espiritismo foi revelado há quase cento e cinqüenta anos. Entretanto, ainda hoje a prática mediúnica na maioria dos centros espíritas é, por assim dizer, um tanto primária. Ao examinar os resultados daquilo que se obtém mediunicamente, verifica-se que são poucos os processos obsessivos que se consegue resolver. Quase não se encontram mensagens mediúnicas gravadas ou escritas que possam ser criteriosamente examinadas.
 
Quando um trabalhador ou dirigente espírita necessita de uma orientação do plano espiritual, procura se aproximar de um médium já conhecido, porque não tem confiança naqueles que trabalham na sua casa. Seria uma limitação desses médiuns ou eles estariam sendo mal orientados em seu desenvolvimento mediúnico? 
 
Ao tratar da mediunidade e de sua prática, em nenhum momento Allan Kardec disse que os bons médiuns eram raros. Ao contrário, afirmou que entre dez pessoas, geralmente se pode encontrar três em condições de servir de ponte. Talvez a forma como se tem tratado o estudo e desenvolvimento não esteja certa.
 
Identificando os médiuns.
 
   O primeiro passo para identificar os médiuns é saber distinguir quem deve ou não fazer a tentativa da prática mediúnica. Para isso, é preciso rever alguns conceitos equivocados sobre a mediunidade, tais como:
 
a) que todos são médiuns;
b) que praticar mediunidade é fazer caridade;
c) que as perturbações são produto de mediunidade a ser desenvolvida; 
d) que a pessoa tem uma missão mediúnica;
e) que há um guia querendo trabalhar com ela etc.
 
      O Codificador afirmava que a mediunidade não apresenta sinais exteriores e que só se pode identificá-la através de experiências práticas. Convém, pois, que as casas espíritas observem alguns procedimentos administrativos, para facilitar a identificação de quem é ou não médium ostensivo:
 
1) Oferecer aos membros já dotados de algum conhecimento teórico da mediunidade, a oportunidade de participar regularmente das sessões mediúnicas. Que esta freqüência seja por um período experimental, algo em torno de três meses. Os que possuírem mediunidade ostensiva logo apresentarão sinais de manifestações. Antes de se definir de modo definitivo pelo exercício da mediunidade, convém manter o médium sob observação por algumas reuniões. Deve-se ter certeza de que ele não está sob a influência de obsessores que desejam prejudicá-lo.
 
2) Aceitar como médiuns nas sessões práticas de Espiritismo, somente as pessoas em que a faculdade mediúnica se manifestar de forma ostensiva, isto é, com intensidade patente. 
 
3) Considerar os perturbados que chegam no centro espírita como irmãos necessitados de tratamento e submetê-los à desobsessão por um período entre 30 e 90 dias. As manifestações observadas nesses casos, quase sempre são produto de processos obsessivos. Depois do tratamento, se houver interesse por parte do paciente, a direção da casa poderá encaminhá-lo para o estudo teórico do Espiritismo (curso para iniciantes), e depois de adquirir conhecimentos sobre a mediunidade, participará das sessões práticas em caráter experimental.
 
4) Os trabalhadores nos quais o nível de influência é muito baixo, ou quase ausente, não serão colocados na mesa de desenvolvimento. Eles deverão se ocupar de outras atividades, mesmo na sala da reunião mediúnica, pois há situações em que a faculdade ostensiva só virá mais tarde, ou nem virá.
 
5) Pessoas estranhas à sociedade não serão encaminhadas aos trabalhos práticos da mediunidade, mesmo aquelas que vierem de outros centros espíritas, dizendo-se experientes. A direção deverá submetê-las a um período de observação e, se possível, de estudos doutrinários para que suas condições sejam avaliadas.
 
 
OS PRINCIPAIS TIPOS DE MÉDIUNS SÃO:
 
– Médiuns de efeitos físicos
 
Os médiuns de efeitos físicos são particularmente aptos a produzir fenômenos materiais, como os movimentos dos corpos inertes, ou ruídos, ou manifestações ostensivas. Podem dividir-se em médiuns facultativos e médiuns involuntários.
 
– Médiuns sensitivos ou impressionáveis
 
Médiuns sensitivos são as pessoas suscetíveis de sentir a presença dos Espíritos por uma impressão vaga, por uma espécie de leve roçadura sobre todos os seus membros, sensação que elas não podem explicar.
 
– Médiuns audientes 
 
Médiuns audientes ouvem a voz dos Espíritos. É, como dissermos ao falar da pneumatofonia, algumas vezes uma voz interior, que se faz ouvir no foro íntimo; doutras vezes, é uma voz exterior, clara e distinta, qual a de uma pessoa viva. Os médiuns audientes podem, assim, travar conversação com os Espíritos.
 
Os médiuns audientes, que apenas transmitem o que ouvem, não são, a bem dizer, médiuns falantes. Estes últimos, as mais das vezes, nada ouvem. Neles, o Espírito atua sobre os órgãos da palavra, como atua sobre a mão dos médiuns escreventes. Querendo comunicar-se, o Espírito se serve do órgão que se lhe depara mais flexível no médium. A um, toma da mão; a outro, da palavra; a um terceiro, do ouvido.
 
– Médiuns videntes
 
Os médiuns videntes são dotados da faculdade de ver os Espíritos. Alguns gozam dessa faculdade em estado normal, quando perfeitamente acordados, e conservam lembrança precisa do que viram. Outros só a possuem em estado sonambúlico, ou próximo do sonambulismo.
 
– Médiuns sonambúlicos
 
No sonambulismo vemos duas ordens de fenômenos:
 
1) O sonâmbulo, propriamente dito, que age sob a influência de seu próprio Espírito. É a sua alma que, nos momentos de emancipação, vê, ouve e percebe fora dos limites dos sentidos. Suas idéias são, em geral, mais justas do que no estado normal; seus conhecimentos mais dilatados, porque tem livre a alma.
 
2) O médium sonambúlico, ao contrário, é um instrumento passivo e o que diz não vem de si mesmo. Enquanto o sonâmbulo exprime o seu próprio pensamento, o médium exprime o de outrem; confabula com os Espíritos e nos transmite os seus pensamentos. (Ref. 1, Cap. XIV.)
Médium sonambúlico, portanto, é aquele que, em estado de transe, se desprende do corpo e, nessa condição de “liberdade”, nos descreve o que vê, o que sente e ouve no plano Espiritual.
Esta mediunidade é denominada por André Luiz como DESDOBRAMENTO e assim é também classificada por diversos autores. (Ref. 2, Cap. XI.)
 
– Médiuns curadores
 
Médiuns curadores: gênero de mediunidade consiste, principalmente, no dom que possuem certas pessoas de curar pelo simples toque, pelo olhar, mesmo por um gesto, sem o concurso de qualquer medicação. Dir-se-á, sem dúvida, que isso mais não é do que magnetismo.
 
Em relação aos médiuns escreventes:
 
– Médiuns pneumatógrafos
 
 Dá-se este nome aos médiuns que têm aptidão para obter a escrita direta, o que não é possível a todos os médiuns escreventes. Esta faculdade, até agora, se mostra muito rara. Desenvolve-se, provavelmente, pelo exercício;- pneumatógrafos
 
– Mecânicos
 
Quando atua diretamente sobre a mão, o Espírito lhe dá uma impulsão de todo independente da vontade deste último. Ela se move sem interrupção e sem embargo do médium, enquanto o Espírito tem alguma coisa que dizer, e pára, assim ele acaba. Nesta circunstância, o que carateriza o fenômeno é que o médium não tem a menor consciência do que escreve.
 
– Intuitivos
 
A transmissão do pensamento também se dá por meio do Espírito do médium, ou, melhor, de sua alma, pois que por este nome designamos o Espírito encarnado. O Espírito livre, neste caso, não atua sobre a mão, para fazê-la escrever; não a toma, não a guia. Atua sobre a alma, com a qual se identifica.
 
– Semimecânicos
 
No médium puramente mecânico, o movimento da mão independe da vontade; no médium intuitivo, o movimento é voluntário e facultativo. O médium semimecânico participa de ambos esses gêneros. Sente que à sua mão uma impulsão é dada, mau grado seu, mas, ao mesmo tempo, tem consciência do que escreve, à medida que as palavras se formam.
 
– Inspirados
 
Todo aquele que, tanto no estado normal, como no de êxtase, recebe, pelo pensamento, comunicações estranhas às suas idéias preconcebidas.
 
O Espírito que se comunica pelo pensamento.
 
O pressentimento é uma intuição vaga das coisas futuras. Algumas pessoas têm essa faculdade mais ou menos desenvolvida. Pode ser devida a uma espécie de dupla vista, que lhes permite entrever as conseqüências das coisas atuais e a filiação dos acontecimentos. Mas, muitas vezes, também é resultado de comunicações ocultas e, sobretudo neste caso, é que se pode dar aos que dela são dotados o nome de médiuns de pressentimentos, que constituem uma variedade dos médiuns inspirados.
 
Podem dividir-se os médiuns em duas grandes categorias:
 
Médiuns de efeitos físicos, os que têm o poder de provocar efeitos materiais, ou manifestações ostensivas.
 
Médiuns de efeitos inteletuais: os que são mais aptos a receber e a transmitir comunicações inteligentes.
 
Médiuns naturais ou inconscientes: os que produzem espontaneamente os fenómenos, sem intervenção da própria vontade e, as mais das vezes, à sua revelia.
 
Médiuns facultativos ou voluntários: os que têm o poder de provocar os fenómenos por ato da própria vontade. (N. 160.)
 
Médiuns proféticos: variedade dos médiuns inspirados, ou de pressentimentos. Recebem, permitindo-o Deus, com mais precisão do que os médiuns de pressentimentos, a revelação de futuras coisas de interesse geral e são incumbidos de dá-las a conhecer aos homens, para instrução destes.
 
Médiuns sonâmbulos: os que, em estado de sonambulismo, são assistidos por Espíritos.
 
Médiuns pintores ou desenhistas: os que pintam ou desenham sob a influência dos Espíritos. Falamos dos que obtêm trabalhos sérios, visto não se poder dar esse nome a certos médiuns que Espíritos zombeteiros levam a fazer coisas grotescas, que desabonariam o mais atrasado estudante.
 
Médiuns tiptólogos: aqueles pela influência dos quais se produzem os ruídos, as pancadas. Variedade muito comum, com ou sem intervenção da vontade.
 
Médiuns motores: os que produzem o movimento dos corpos inertes. Muito comuns.
 
Médiuns de translações e de suspensões: os que produzem a translação aérea e a suspensão dos corpos inertes no espaço, sem ponto de apoio. Entre eles há os que podem elevar-se a si mesmos. Mais ou menos raros, conforme a amplitude do fenómeno; muito raros, no último caso.
 
Médiuns de efeitos musicais: provocam a execução de composições, em certos instrumentos de música, sem contato com estes. Muito raros.
 
Médiuns de aparições: os que podem provocar aparições fluídicas ou tangíveis, visíveis para os assistentes. Muito excepcionais
 
Médiuns noturnos: os que só na obscuridade obtêm certos efeitos físicos.

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Ramadan Kareem

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