ESPÍRITOS
Os Espíritos são os seres inteligentes da criação, e que povoam o Universo no mundo invisível para nós, fora da matéria que conhecemos. São criações de Deus, não se podendo, entretanto ainda afirmar quando, como e porque foram criados. Deus existe, é incontestável; nunca cessou de criar e, pois, em algum momento cada espírito tem sido criado. Por outro lado, tudo o que se pode dizer, por enquanto, sobre a duração da existência dos Espíritos, é que essa existência não tem fim. Eles alcançam um dia a perfeição e unificação com Deus, através da unificação com o Cristo que é O Caminho, a Verdade e a Vida.
Os Espíritos são a individualização do principio inteligente, assim como os corpos são a individualização do princípio material.
Eles são incorpóreos, no sentido em que entendemos o corpo aqui na matéria; entretanto, sendo uma criação, o Espírito há de ser alguma coisa.
A matéria quintessenciada, mas sem analogia para nós humanos, é tão etérea que escapa inteiramente ao alcance dos nossos sentidos. Afinal, Espíritos somos todos nós que habitamos a crosta terrestre, revestida da matéria própria do plano de vida, num corpo de carne e os que nos são invisíveis, vivendo em outro plano vibratório, possuindo um corpo espiritual.
Do princípio inteligente já se individualizaram muitos espíritos, outros estão se individualizando e outros ainda virão a se individualizar. Neste sentido, podemos dizer que a criação de espíritos por Deus é permanente; que Deus sempre os criou, continua criando e sempre os criará.
Podemos concluir, também, que os espíritos não foram todos criados numa mesma época, individualizaram-se em tempos diferentes e contam, pois diferentes “idades”.
Como teria sido essa individualização? E em que época se deu para cada um de nós? Isso, o grau de evolução em que nos encontramos ainda não nos permite saber.
O MUNDO ESPIRITUAL
Os seres vivos, animados por Espíritos que habitam o Espaço ou os corpos celestes, constituem o Mundo Espiritual. Os espíritos são emanações da Divindade, possuidores de inteligências e sentimentos.
Essas centelhas vivas, chispas de luz divina, sempre se apresentam veladas por envoltórios fluídicos, de consistência correspondente ao das esferas vibratórias ou planos em que se manifestam. Somente ao atingir o grau humano é que a centelha adquire personalidade, consciência própria e liberdade de ação.
Os seres espirituais residem nos Espaços infinitos e descem a mundos materiais para a realização de provas e experiências purificadoras. Cada corpo celeste tem sua própria humanidade distribuída, parte na sua superfície, em corpos densos, e parte em corpos fluídicos, no Espaço correspondente.
No que se refere á humanidade terrena ascende ela, mais ou menos segundo autores, há 20 bilhões de seres, dos quais pouco menos de 4 bilhões acham-se encarnados na superfície (censo dos anos 70), permanecendo o restante no Espaço correspondente.
Acima e em torno à crosta dos astros, os planos de vida se sucedem, mas não se sobrepõem; interpenetram-se segundo a densidade vibratória de cada um.
Assim, pois, qualitativamente, a partir da crosta, existem numerosas classes de espíritos, que se agrupam por afinidade e segundo a natureza das tarefas que executam.
Nessa ordem temos:
ESPÍRITOS INFERIORES
Compreendendo os maus, os ignorantes e os sofredores, que habitam as trevas, umbral e a crosta terrestre, encarnados ou desencarnados.
BONS ESPÍRITOS
Compreendendo os cooperadores dos trabalhos de assistência, auxílio, socorro e regeneração a necessitados da crosta planetária e do Espaço, bem como os familiares, protetores e guias individuais, que integram a imensa legião dos Guardiães. Os seres de maior hierarquia dessa classe são os comumente designados Anjos.
ESPÍRITOS SUPERIORES
Compreendendo todas as entidades que cooperam na administração do Cosmo: regulam as encarnações; guardam os arquivos da cida dos povos e nações; estabelecem as provações coletivas; cooperam na construção dos mundos e na destruição dos globos apagados, etc. São Espíritos poderosos, de alta hierarquia, que agem com autoridade própria e se qualificam na classe dos Arcanjos.
ESPÍRITOS DA ESFERA CRIATIVA
Os destinados à criação das Formas e dos Tipos de todas as manifestações fenomênicas; Espíritos da esfera crística, criadores de mundos, agindo como Verbos de Deus. Caracterizam-se pela sua essencial natureza e capacidade de amar. Tantas vezes quantas necessárias, sacrificam-se e salvam as humanidades dos mundos que lhes estão debaixo da misericordiosa proteção. Por isso, são chamados Espíritos Salvadores, Redentores, Messias. O Cristo terreno teve sua última manifestação física sob o nome de Jesus de Nazaré, há dois mil anos. E acima destas, hierarquias, já tão elevadas, ainda existem outras, que a natureza deste estudo não comporta porque já passam a pertencer à esfera da Divindade Absoluta.
PERISPÍRITO
O Espírito acha-se envolto numa substância vaporosa, sutil, espécie de matéria quintessenciada, tênue, leve e que lhe permite locomover-se aonde queira.
Esse envoltório que acompanha sempre o Espírito é retirado do fluido universal de cada globo, variando assim a sua substância de um mundo a outro.
São Paulo deu-lhe o nome de corpo celestial; também é conhecido por corpo astral ou duplo etéreo. Na doutrina espírita, entretanto, esse corpo fluídico chama-se perispírito ou corpo espiritual. O homem, desta forma, é composto de três partes: corpo material, perispírito e espírito.
O perispírito é o agente, o intermediário, entre o espírito e a matéria.
Possui um peso especifico tanto mais leve e sutil quanto maior for a elevação moral do espírito. Revela sua a posição evolutiva e permite-lhe ascensão até que o seu peso especifico fique em equilíbrio com o plano de vida que lhe corresponda.
O Espírito imprime-lhe a forma que queira, de acordo com a sua capacidade.
“Como participa simultaneamente do espírito e do corpo material, o perispírito serve de intermediário a ambos: transmite à alma as impressões dos sentidos e comunica ao corpo as vontades do Espírito. No momento da morte, destaca-se da matéria tangível, abandona o corpo às decomposições do túmulo, porém, inseparável da alma, conserva a forma exterior da personalidade desta. O perispírito é, pois um organismo fluídico; é a forma preexistente e sobrevivente do ser humano, sobre a qual se modela o envoltório carnal, como uma veste dupla e invisível, constituída de matéria quintessenciada, que atravessa todos os corpos por mais impenetráveis que estes nos pareçam”. O perispírito é que mantém os traços fisionômicos do ser, desde o nascimento até à morte, exercendo a função de molde que se contrai e se expande, sobre o qual se modela a forma através da assimilação das moléculas.
“O corpo espiritual é a sede das faculdades, dos sentimentos, da inteligência e, sobretudo, o santuário da memória, em que o ser encontra os elementos comprobatórios da sua identidade, através de todas as mutações e transformações da matéria”. Como se fosse uma chapa fotográfica é no perispírito que ficam indelevelmente gravados e registrados todos os acontecimentos e ações de nossa existência, sem qualquer confusão entre as diferentes imagens já guardadas.
É desta forma, o perispírito, a alma fisiológica, que assimila a matéria ao seu molde, a fim de tornar-se tangível, materializando-se no mundo palpável.
“É no cérebro desse corpo espiritual que os conhecimentos se armazenam e se imprimem em linhas fosforescentes e é sobre essas linhas que, na reencarnação, se modela e se forma o cérebro da criança”.
A elevação de sentimentos, a pureza de vida, os sofrimentos suportados com paciência e resignação, depuram e sutilizam o corpo espiritual, tornando-o mais leve, enquanto que os apetites grosseiros, as paixões baixas e vulgares, reagem sobre o perispírito, tornando-o mais pesado, denso e obscuro.
“Quanto mais elevado é o espírito, tanto mais sutil, leve e brilhante é o perispírito e tanto mais isento de paixões e moderado em seus apetites ou desejos é o corpo” (Edgard Armond – Desenvolvimento Mediúnico).